RABISCANDO A TELA DO INSTANTE

Faz frio

Nas pontas dos meus dedos

A inspiração me olha melancólica

Tingindo a tela do instante de si

Faz frio!

Eu digo-lhes

Peço apenas um verso tinteiro

Cheio do líquido vida

Pra que eu possa me molhar

Pintar um céu vermelho

Fazer-te um trono, eu rainha...

Estrela pulsando cá.

Meu coração anseia arte

Tem cobiça, volúpia...

Por ti essa Inquietação!

Peço mais uma paleta

Sirva-nos, nela o verso borbulhando

Já embriagado, cheio de doçura,

para que amanhã eu não precise os borrões

De a boca apagar...

Deite-se sobre a arte remetida à alma

Para que juntas, minha Imaginação e "eu"

possamos mergulhar.

Dispa-se das rezas, dos credos...

Sinta esse chão se desenhando

Pinceladas de aquarela deslizando

Contornando as curvas

Deslumbrada com a soltura da arte

Ao realizar-te!

E veras, e terás

Aos teus pés, a assinatura beijar...

Vera Lúcia Bezerra
Enviado por Vera Lúcia Bezerra em 25/04/2016
Reeditado em 25/04/2016
Código do texto: T5616283
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