ENVELHECER

Hoje, vou até a esquina

envelhecer um pouquinho.

Passo ali na a padaria

e compro um pão a menos!

Uma ceifadeira de quina

no vupt de um cafezinho

cortou a voz da cantoria

da minha ciranda amigos

fora da hora do aceno

e o adeus nem era antigo.

Depois contarei minha vida

inteira, ao vizinho de trás

da fila, do pão ou do banco

e acharemos coincidências

em muitas coisas partidas,

do vaso chinês, à paz.

Meu cabelo, branco e franco

combinará com a cadência

do meu novo andar de sabença.

Não me encontro mais triste

que antes, pelo contrário:

é bom ser espectadora

e se quiser, também ser cantora.

Perdi a certeza em riste

e farei um inventário

hilário do meu ideário.

Para esses anjos herdeiros

bordarei sonhos inteiros,

em fios de poesias

com um mínimo de nostalgia