PALPITES

PALPITES

Debato-me entre os extremos

Inquieto-me com a contradição dos meus conceitos

Que nem sei por quem

foram eleitos

Paro de repente para observar a diversidade na multidão

Escreveria um discurso sobre cada cabeça

Pensando ser real

O que é só ilusão

Gargalho das minhas pretensões

Tão minhas

quanto nossas

Tão sujas quanto fossas

Nada mais torpe, nada mais vil

Descrever o que não se viu

Não serviu

Falar com tanta certeza

Sobre alguém com quem nunca se sentou à mesa

Sobre alguém de quem nunca se ouviu o som da respiração

Sobre alguém que nunca lhe despiu a roupa do coração

Rasas convicções

Puras invenções

E para não me sentir assim, tão humanamente arrogante,

Pretensa conhecedora do outro...

E desconhecida de mim...

Escrevi tudo que queria

guardei na pasta das ficções

e disse que era só poesia!

Q

Conceição Castro
Enviado por Conceição Castro em 28/04/2016
Reeditado em 28/04/2016
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