PALPITES
PALPITES
Debato-me entre os extremos
Inquieto-me com a contradição dos meus conceitos
Que nem sei por quem
foram eleitos
Paro de repente para observar a diversidade na multidão
Escreveria um discurso sobre cada cabeça
Pensando ser real
O que é só ilusão
Gargalho das minhas pretensões
Tão minhas
quanto nossas
Tão sujas quanto fossas
Nada mais torpe, nada mais vil
Descrever o que não se viu
Não serviu
Falar com tanta certeza
Sobre alguém com quem nunca se sentou à mesa
Sobre alguém de quem nunca se ouviu o som da respiração
Sobre alguém que nunca lhe despiu a roupa do coração
Rasas convicções
Puras invenções
E para não me sentir assim, tão humanamente arrogante,
Pretensa conhecedora do outro...
E desconhecida de mim...
Escrevi tudo que queria
guardei na pasta das ficções
e disse que era só poesia!
Q