PUNK

É do fundo dos imundos porões

Aqueles dos quais eram repressivos

Das covas sem cruzes ou nomes

Do submundo dos brasões

Enferrujados de sangue e passivos

E de todo esgoto e fedentina

Que nasce da fome e das feridas

Como se faz uma boa obra de arte

Podem nos drogar, anestesiar e nos comprar

Com um monte de inúteis maravilhas,

Podem nos condicionar à toda essa fantasia

Mas já subimos os muros de seus parques

E sabemos a podridão que vive suas filhas

E é de la que vem a necessidade de chocar

De percorrer nu suas modernas avenidas

Ao gritar e pintar e dançar sem ritmo e quadrilha

Ainda que seja tarde um viva à arte subversiva.