Auto-retrato

De meus olhos em brasa

caem lágrimas azúis

e saem flashes de luz.

Sou impuro em sentimento

nas poesias pseudo-abstratas

e diletas rimas baratas.

Mas, eis que esse meu disfarce

À minha face quase oculta

ignora que a alma é sempre culta.

Em cada linha de poema

redescubro-me em um verso

que há de ser o meu inverso.

Então, engano o meu próprio retrato

refletindo no espelho o seu virtual

e prossigo na vida, nesse ritual.