Noite
Assim que o dia termina
e a noite vem com seu manto
sobre a tarde vespertina
O solitário poeta cria um canto
que embevece a alma dos seres
sensíveis que são ao encanto
Dos versos e dos entardeceres.
A noite com sua toalha negra de linho
lívida encobre o crepúsculo do dia
quando o homem se sente sozinho
O desejo que do coração se apropria
anseia carinhos e dói nas lembranças
que passeiam imersas na melancolia
Sepultando de vez as vãs esperanças.
Por ser a noite convalescente do dia
nenhuma estrela resgata da vida o cansaço
pois, seu brilho resplande em triste melodia
Enquanto ela me envolve com seu frio abraço
como se fora o abrigo dessa paixão fulminante
eu maldigo a dor em que me despedaço
Só a lua me sabe em seu olhar penetrante.