Sete da manhã
o ar frio invade meu quarto,
pelo tato gelado nos lençóis
sinto nascer um novo tempo
no jardim de inverno
pingos ritmados deslizam
o viço verde das folhas
a fumaça do incenso massala
espirala e abraça
a palmeira asiática
movimentos delicados
projetam uma aurora
dentro e fora
enquadram em viva obra prima
a manhã chuvosa que me desperta
os sentimentos da alma
deitada, deleito ricos detalhes de nossa primogênita cena
e cada florescência vermelha, violeta, amarela
ecoa tua voz dizendo belas, a cores vivas da natureza
embevecer-me nessas memórias
resigna-me sua ausência
teço em versos o prenúncio
da incógnita que nos espera
enquanto o cosmo move
naturalmente
as peças