a partida

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partiu com tal mansidão que nem o silêncio a ouviu.

foi com os ares bons da matina. por bagagem levou o futuro

sem rosto, sem promessas, sem atilhos.

quem a poderia condenar? era livre como a andorinha em vésperas

de Primavera.

deixou poeiras de sonhos velhos para trás. deixou também a ilusão

do que nada era.

quem a poderia julgar? não eram dela a coragem e o arcaboiço firme da razão?

talvez o chão pisado beijasse-lhe os pés! foi de cabeça alta

e de ombros limpos. as órbitas dois templos virados à montanha..

e foi assim que ela partiu!..

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Luís R Santos
Enviado por Luís R Santos em 12/05/2016
Código do texto: T5633320
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