Lá longe...

Lá longe...

A praia longa e as ondas

Que ficam onde não amanheço.

A onda forte é a saia

Do fim ainda sem começo.

Se não fosse o sol,

Eu me trancaria

Neste quarto amplo e sossegado

Que transformo em templo,

E me contentaria com o vai-e-vem do sangue

Despedindo as horas,

Desimpedido, nas veias

Que irrigam o tempo.

E com o crescer das crianças,

Que vejo correr sem peias...

Eu saberia versejar

E sublimar sem vegetar!

Mas existe o sol!

O céu sem nuvens,

E a minha carne passageira e branca

E minha sorte, minha parceira franca.

Como o relógio e as calendas, passo...

O tempo me amassa

O mar é eterno

E na existência, faço...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 13/07/2007
Código do texto: T563423