A Doce Anarquia
Quanto mais vivo,
Mais percebo que a teu corpo desejo.
E com tudo vejo, que seus olhos esquivos,
São mais vivos do que os da justiça.
Julgada como puta, tu és.
Mas pelo fio da faca que corta o humano,
Tu és a mais pura, e a mais inocente,
E também, a mais consciente.
Seus punhos já foram a guerra.
Quase todas vencidas, mas não por ela,
E sim pelas outras. Aquelas, que subiram em tuas costas.
O que é mais nobre, do que a liberdade?
Não a exacerbada, e sim a consciente.
Aquela pela qual o ser humano germina,
E que talvez nunca floresça.
Não devo te odiar por negar a todos a autoridade.
Mas devo te amar por tu ser pura.
Apesar da pureza estar corrompida pelos lábios.
Lábios sujos de outras mulheres. Aquelas de tuas costas.
Você não é a total desorganização,
Você é o coração e a esperança do humano,
Você é a aceitação e a negação humana.
E você é mais que tudo: um humano a mais que todos.