Matemática poética

Amor tem apenas quatro letras

Mas de outras tantas um poeta

Precisa para descrevê-lo

Porque ele não cabe em todas letras

E é incontável em números

Nove vezes nove é igual a oitenta e um

No meio de tantos todos nós queríamos

Ser “aquele” um

Cinqüenta e quatro divido por dois

Ainda costuma ser vinte e sete

Os ponteiros de quem espera

Cortam como lâmina de gilete

Você tem mania de medir os outros

Pela sua própria medida

Acha que o fim do caminho de todos

Tem a sua mesma saída

Pelas minhas contas

Seis mais cinco são onze

Meu silêncio é de ouro

Teu orgulho é de prata

Nossa razão é de bronze

Quando sou elevado a sua potência

Vejo o mundo por seus olhos

E só assim te peço clemência

E assim é a matemática

Na minha vida poética

Não cabe nos dedos da mão

Infinitas maneiras de amar

Num só coração

Andre Luis Aquino
Enviado por Andre Luis Aquino em 04/03/2005
Código do texto: T5641