Inverso
retalhos dispersos
tráfegos diversos
mera ilusão de ótica
mãos invisíveis agem
feridas tão abertas
lívidos meio reflexos
janelas de possibilidade
na diáfana memória
vertendo inverdades
a culpa entornada
tornar-se-á vazio
então veja
sele sacrifique
silencie, seja só
poeira sangue rastro
apague, desabe
nas trôpegas fugas
destoe e creia
a culpa que hoje
teme e blasfema
vestirá sentidos
tolice ou perdas
nulo, pífio vestígio
desintencionado
hipócrita cilício
sussurro e cio
amanhã virá
a manhã dirá
infértil calmaria
violado caminho
enfim, outra vez
É dia.