Prostituição

Dispo meu espírito,

Livre de qualquer ornamento,

Diante dum rito erudito,

Todos podem ver-me nu,

Dispo meu destino,

Não temo o que aguarda,

Neste caminho não-divino,

Aceite minha escolha!

Dispo minha poesia,

Prazer e dor da palavra,

O mais intimo de mim,

A troco de tudo e de nada

Dispo minha consciência,

Saber foi a transgressão

E então nada foi-me pago,

Diante desta crua prostituição;