Quem toma do Cálice?
No gatilho daquela arma
existem facas.
Do mesmo jeito que nessa.
Lá naquele lugar
tem cabeças,
Que nem tem aqui.
Lá eles veem vocês.
E aqui vocês veem eles.
Seria um espelho?
Não sei, pergunte ao superior.
Lá também eles se perguntão
a mesma sentença.
E também cultivam essa sentença,
Como carrascos com suas foices.
Tudo é um cara ou coroa.
Tudo depende de que lado caí a moeda,
Tudo depende de quem te ensinou a jogar,
E de ver de que lado é bom,
Ou de que lado esta a sorte.
Mas se sabe que no fim,
as mesmas idéias rolam.
E a briga, se torna de quem quer a moeda.
Aí amor vira ódio,
E o ódio vira amor,
Do mesmo jeito que sangue virá vinho,
e vice-versa.
Mas no fim
quem toma do cálice, nem percebe
que o vinho é tanto do Cara quanto da Coroa.