E de um sorriso surgiu a distância e o trovão

Parei para ouvir a música que me chegou,

e então uma tonelada de imagens começou a bailar em minha visão,

vi velhos e flores na mesma nota

e de um sorriso surgiu a distância e o trovão...

Foi então que a voz de minha avó ecoou pela primeira vez,

e ela dizia que na linha da vida também existia a morte,

e pedia que tivesse esperança,

porque Deus de todos cuida...

"Ah, meu filho, quando o fim chegar, vá mais adiante, nunca chega o acabou..."

Ela me deu o anzol que pescam peixes no ar,

e eles caíam no chão nebuloso,

foi então que sentir que afundava naquele pântano,

E estendi a mão para o ser que me pegou...

"Ser azulado, porque não te reconheço e ao mesmo tempo sei que te conheço?"

E ele disse, te lembrarás...

e então vi que a ponta do pincel grafava uma nuance do arco-íris,

e a minha mão era sol de mim,

como se bailasse ao som de uma nova sinfonia,

em que a voz dos rios é que emergiam do silêncio,

trazendo junto a agonia dos afogados...

A música zunia, distanciava-se e voltava,

como se as corda fossem longas molas que movimentam as galáxias,

nem existe matemática para tanto,

e quando dei por mim

meus olhos estavam em pranto...

É que vi que ninguém ouvia,

e o sol que eu peguei

jamais se revelará...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 08/06/2016
Reeditado em 31/10/2022
Código do texto: T5661693
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