Recomeço

(...era tempo de deixar o passado entregue à sua inquieta paz.” – J. Saramago)

Ainda amarga a doçura da ilusão

Presente vivo dum passado distante

Dádivas vivas novas dúvidas da paixão

Na dicotomia de uma paz inquietante

Sombras murmuram por todo canto

Relembram odes de tempos inquietos

Amor adormecido em braços incertos

Nos convés sobre um mar sem encanto

Mas cada manhã traça novo limiar

Para a paz inquieta vigilante na areia

O passado triste – à vida presenteia!

Farol sem dúvidas constante a iluminar

Aceito outros lábios andarilhos

Nas curvas que convergem a um novo amor

Vem noturno envolvido em novos brilhos

Antiga chama renovando seu fulgor

Durma a noite sombria resguardada

Reduto escuro de amores desfeitos

Na simplicidade vivida com quase nada

Relembrarei dores consertarei defeitos

Serei sonhar sem se desvanecer

Manhãs tardias nas angústias de ontem

Hora da inquieta paz adormecer

Viver devaneios – que todo amor contém!

É sublime morrer querendo amar!

Kal Angelus
Enviado por Kal Angelus em 23/06/2016
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