Aquarela

Quando as cores refletem o pintor...

Nas telas brancas no vazio...

Uma porta branca para o outro lado da vida...

A maçaneta o pincel...

A imaginação imortaliza a criação...

E cria os dois mundos vazios repletos de linhas e cores...

O rio de águas verde que se misturam ao encontrar o mar...

Numa fenda na terra, da terra nas margens reais colorindo pelos olhos...

Misturando as tintas nos sentimentos, outra margem verde e marrom...

A casinha bege crepom, uma fumacinha cinza e branca...

Cortinas nas janelas, amarelas...

A linha do varal no quintal de uma cor somente, a luz do sol nascente...

No creme da noite cintilante, candelabros em neons cristalinos...

Deste lado da margem, margeia a infelicidade...

Na ponte quebrada...

Sem braçadas, campos alaranjados...

Pedras e galhos secos, e a vontade de entrar na casinha e descansar no cheiro da brasa,

Dos chás do lar...

Deste lado da árvore, o pomar de pensamentos pendurados na alma...

Esticando os desejos...

A esperança com o pincel refaz a pintura do pintor...

As sete cores de sua aquarela...

Pinta seus olhos...

Fios dos cabelos...

A pele em cor...

A tela pinta seu pintor...

A ponte quebrada, um arpoador...

Da casinha de tudo, seu barco, que vaga o seu amor...

Encontrando o mar, seu agora veleiro, as velas, telas e devaneios, neste mar inteiro ar...

Encontram na margem da pintura as mãos que outrora puras...

Sujas de sua cor...

A cor pinta a tela da pintura...

E de seu pintor.

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 26/06/2016
Reeditado em 29/01/2018
Código do texto: T5679615
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