Múltiplas facetas


Será que é uma deusa ou uma simples mortal, esta
Que há instantes gemia e delirava em meus braços,
Em juras de amor, dizendo que nada mais lhe resta
A não ser os momentos quando estou em seu regaço
E aquela outra, que ora em meus ombros, em deleite,
Repousa, sorriso estampado em seu semblante,
Em seus lábios ainda resquícios do sacro leite,
Que lhe foi provido entre súplicas de amante?...

Por tantas vezes me perco nessa infinda procura,
Logrando divisar, na imagem da desnuda criança
Com que as vezes se me apresenta, nessa loucura,
Quando me tomas nas mãos e sugas a esperança,
Até mesmo intentando encontrar, um dia, respostas
Para as tantas questões que lhe ocorrem à mente,
Quando me confessa que o que mais gosta
É divagar, depressa ou devagar, simplesmente,

Pelas facetas de meu corpo, em contato com o seu,
Como sempre o faço, quando as busco, entre beijos,
À procura de seus tantos recônditos, do que é meu,
Do que me é dado como prova desse infindo desejo,
Que ambas manifestam em delírios de espasmos,
Ora como deusa, ora como mortal, cheias de apetite,
A vagarmos pelo Olimpo, fundindo-nos em orgasmos,
Enfim como os deuses que somos, Eros e Afrodite...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 29/06/2016
Reeditado em 24/02/2017
Código do texto: T5682140
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