Um trem, um guarda-chuva, uma garoinha...

Eu, um terno, um trem e um guarda chuva…

Segunda feira, dia de todos os desânimos, dia em que os olhares se completam nos ônibus onde se pode sentir a vontade trancafiada de uma mudança em cada vida, graças a Deus por termos trabalho.

De cliente em cliente se prepara para todos os tipos de humores, todos os tipos de culpas e soluções de problemas, você se prepara para preparar-se para quem sabe um dia estar preparado para somente se preparar para a vida.

É mais um dia...

E nesse dia vaguei por vagões e estações, mesmo estando com muito sono não quis aproveitar para dormir, preferi refletir sobre alguns pontos e foi um daqueles dias que você pensa em milhões de coisas, pensa em infinitas situações, soluções, alternativas, problemas mas sabe que a vida real não é tão simples, então você pensa em pessoas bem sucedidas, em boas idéias e pensa aonde está tudo que você almeja e então você pode ver o quanto tudo ainda está longe.

Esse foi o dia em que o guarda chuva serviu de muleta, não quis abri-lo, preferi deixar com que a chuva desmancha-se o estereotipo aceito pela sociedade, preferi chegar bagunçado enquanto de passo em passo observava as fotografias da cidade, a poesia em meio ao caos dos caminhões e frutas jogadas pelo Ceasa, observar gostas e poças, batendo a ponta do guarda chuva no chão a cada passo, cansado...

Ora, agora sim era aceito por todos, vestes sociais fazendo com que pudesse adentrar a qualquer recinto sem ser medido, uma sociedade tão cega que por minhas roupas me aceita e me dão total liberdade para entrar com minhas idéias aonde eu quiser mas esquecem-se de que jamais conseguiram entrar dentro da minha cabeça.

Poderia viver a margem de toda essa sociedade idiota, poderia chocar, mas quem depende de vida real de verdade sabe que essas escolhas e opções não se adaptam a quem tem responsabilidades, pesos sobre os ombros, fardos, pessoas...

Graças a Deus temos pessoas que dependem de nós e ao mesmo tempo que as vezes o trabalhar demais nos desanima, pensar nessas pessoas nos trás o ânimo novamente.

Foi um dia em que eu pensei com o coração durante alguns minutos, observava a chuva escorrendo pelos vidros dos transportes pelos quais eu passava e via o banco ao meu lado sozinho, o frio e ninguém para me aquecer ou ouvir, ou simplesmente para estar ao meu lado, foram alguns minutos pensando que talvez as vezes isso fizesse falta ate para mim e no minuto subseqüente pensei como as coisas de fato acontecem na vida.

Se estiver com frio o calor que me aquecerá será o das blusas, o observar da chuva sozinho e se as paisagens que contemplo dever ser divididas com alguém isso será feito atravéz de fotos, não há tempo para amar, não existe quem amar, confiar...

Não há melo drama algum, são só pensamentos reais, as pessoas não se importam muito com outras pessoas, são mulheres muito velhas para serem meninas e meninas muito novas para serem mulheres, problemas pequenos sendo levados como sérios, problemas grandes não sendo levados a serio, esta tudo errado, tudo invertido...

Não busco nessa terra prazeres momentâneos, eu busco sentimentos sinceros, verdadeiros mesmo, dane-se se vou ficar anos sozinho ou a vida inteira, o importante é que jamais preencherei meu tempo com pessoas vazias, jamais estarei rodeado de falsos oportunistas ou pessoas carentes, estou sempre com os reais, sempre com aqueles que estiveram juntos nas dores e nas alegrias, nas lagrimas e risos, não existem mais mulheres e talvez nunca de fato tenha existido um dia, observando o concreto você não enxerga nada de sincero, quantas cartas, quantos “eu te amo” e hoje onde estão esses amores? O tempo vai passando e você vai ficando mais frio, mais seco, mas melhor preparado pra estar somente com quem vale a pena, estou com meus amigos e jamais estaremos sozinhos.

rOg Oldim
Enviado por rOg Oldim em 17/07/2007
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