Primeiro Lamento
Cada minuto nesse relógio é eterno,
atrasando o fim desse tédio.
A impaciência alimenta a melancolia
e minha agonia vira lamento.
Não me contento no futuro
pois minha dor é no presente...
dado pela vida em tom de ironia,
pela teimosia do coração.
Que me resta senão sucumbir,
me ferir em lembranças recentes
que a mente resgata me pondo a fitar
os devaneios que outrora pareciam palpáveis?
Sinto a dor de ferir o amor,
pois no calor desta dança
chegou o inverno, o inferno
gelado que decretou nosso fim.