Quase Divina

(Inspirada no Quase Divino do Ginot com alguns retoques do original)

Fui criada beirando a favela

Buscando um Deus verde e amarelo

Pensei que o mundo fosse paralelo

Mas era só pensamento de criança

Disseram-me que eu fosse honesta

Sincera e íntegra

Que cumprisse os mandamentos

Mantive minhas promessas

Mas agora vejo

Que o nome que se dá

para todo meu ilusionismo

Nas altas rodas do submundo

Tem por sinônimo, “otária".

Acharam que eu não fosse soneto

Não precisava de rima

Muito menos “prosa”

Erraram e permanecem no erro

Sou somente carioca

Nada que a criação perfeita

Procure explicação

Inspiração de rua

Poeta de estação

Menina de calçada

Olhos de emoção

Imperfeição de vida

Nada que valha a pena

Neste mundo do vil metal

Onde o rico esmaga o pobre

Com eles, mora o mal

Nem perfeita, nem imperfeita

Apensas uma sonhadora

Que ainda acredita

Que os homens vão mudar...

Quase Divina...

Rose de Castro

A ‘POETA’

Rose de Castro
Enviado por Rose de Castro em 18/07/2007
Código do texto: T570247