Temporalidade

Temporalidade

Vai o tempo, corre descompassado

Valha Cronos e empoeire o solo

Decomponha os restos de minh'alma

Ovacione tua grandeza ante o homem

Regozije a fragilidade humana

Que dá criação divina expira a vida

Aplauda cada sopro que se esvai

Pois o tempo em ti é atemporal

Tal como meu espírito tido imortal

Em minha obra deixada ao eterno

No versejar que rasura o véu de tua pele

Oh! Cronos, tu falhaste, como falhaste

Mesmo detendo o tempo e a atemporalidade

Vaias em vão a minha singela criação

Não tão sublime como o espírito

Nem tão bela quanto os versos eternos de Deus

Ristes sobre as lágrimas invejosas

Que mesmo perecíveis neste lastro mortal

Seremos eternos nos corações daqueles que nos sucederão

Oh! Cronos, que lástima a tua que praguejara ao imutável

Que presenciaste a sublime criação que abominara

E que rancoroso ainda ulula a vã fragilidade humana

Sem se dar conta que teu ego que és frágil

Oh! Cronos, tu permanecerá a praguejar

A eternidade humana em sua grandeza

E há de o tempo lhe mostrar

O quanto somos iguais

Eduardo Benetti

Eduardo Benetti
Enviado por Eduardo Benetti em 22/07/2016
Código do texto: T5705657
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