O futuro, o passado e o presente

Andando pelas ruas,

rememorando tristezas,

avisto um andante,

se aproximando

vindo ao meu encontro.

Ele gargalha

como uma criança,

Qual a razão desse risos.

Será que sou eu?

Será que é da vida?

Notícias de corrupção,

caos nos aeroportos,

miséria,

amores,

impostos.

Não, ele não tem porque rir

ainda por cima está sozinho,

deve ter fugido de um hospício.

Louco, só pode!

Tento disfarçar meu constrangimento

e olho para frente

vejo o horizonte

sisudo e incerto

Não dá pra saber

se amanhã, chove ou faz sol

Vejo rostos desconhecidos

ruas nunca pisadas

casas ainda desabitadas,

temo tudo aquilo por onde

passam meus olhos.

Quem sabe ele não me veja.

Mas ele ainda está lá

e continua vindo

Olho pra trás,

deve ser o motivo dos risos.

Quando me deparo com o sol

se despedindo do dia

e pacientemente esperando a noite.

e vejo semblantes, caminhos e lares,

vejo a beleza do que passou,

tudo que aprendi

e deixei de entender,

é como se todas as desilusões

tornassem saudosas memórias.

Quem sabe ele me conheça.

Olho novamente pra frente,

agora está ao meu lado

me deparo com o ele,

encaro seu rosto,

não vejo boca, não vejo olhos,

dou um meio sorriso

e sigo meu caminho.

rssantos
Enviado por rssantos em 19/07/2007
Reeditado em 19/07/2007
Código do texto: T570830