FUGAS

AI SEU MOÇO...

Pois é seu moço,

Deixou a casa de palha,

(Brigou com a mulher),

Não cuidou das redes,

Descuidou-se das tralhas,

Pegou o chapéu

E rumou pra riba.

Ali moço,

No meio daquele marzão azul,

Platinado pelo intenso sol de verão,

Nem briga nem intriga.

A canoa avança, frágil,

Balança e avança.

Mar adentro, mundo afora.

Calmamente desliza

Nesse mundão de água,

Nesta angústia danada,

Que só lhe resta rezar.

E a canoa a deslizar,

A deslizar brandamente

Ao sabor da brisa corrente,

E ali dentro vai gente,

gente que quer ficar só,

gente que quer só ficar,

E por lá mesmo se perder,

Se perder e até quem sabe...

se achar,,

E nunca,nunca mais

Voltar do mar..

Ai, seu moço.