No divã II

Temo que perca de vez a sanidade

e no divã confesse meus pecados

e o pesadelo seja a realidade

e a realidade sonhos não sonhados...

Sinto-me náufrago no meio da cidade

de tão vazio que sou - fico calado

porque não sei mentir nem a verdade

de não saber quem sou - fardo pesado!

Perdi lembranças sim, mas não a dor

de um mal que nem faz parte da memória

mas dói de um jeito insano e assustador!

É triste não viver a própria história

e ser apenas um espectador

sentado no divã - ó vida inglória!

Poeteiro
Enviado por Poeteiro em 06/10/2005
Reeditado em 27/10/2007
Código do texto: T57118