Filofobia

Não há verso, estrofe ou rima.

Não há métrica, senso ou sentido.

Não há palavras, sons ou fonemas.

Não há coerência, intenção ou racionalidade.

Há somente o toque, e com ele o arrepio.

Há somente o sussurro, e com ele a vertigem.

Há somente o perfume, e com ele o suspiro.

Há somente o beijo, e com ele o sorriso.

Há a silhueta na penumbra, e com ela a chama no olhar.

Com essas sensações vem o desejo.

Com o desejo vem o ímpeto.

Com o ímpeto vem a dependência.

E com ela o medo, e com ele a fuga.

E com ela a distância, mas nunca a paz.

Porque não há paz no fim.

Não há alívio na saudade.

E não há futuro no amor.

Apenas o presente, apenas o agora.