AGENDA
AGENDA
De venda à venda,
a venda em frente à praça.
O colóquio na agenda,
revenda no consumo
dentro da tenda.
Agenda e capitalismo,
abismo de venda frente aos olhos.
Prebenda pelo vasto império
que se reduz,
lenda no hemisfério que reluz.
Isento de descanso...
enquanto a carta marcada
na mesa
e a hora transfigurada na carta.
Agenda dentro do abismo
da venda...
enquanto a tenda do consumo
revende o colóquio na lenda.
Prebenda pela vasta praça
onde a hora marcada
joga no abismo o descanso.
Agência de pânico que nos conduz,
tendência de louco que se traduz.
Revenda de reverência por trás do capuz,
consumo de abismo no hemisfério
que jorra pus.
Enquanto na mesa
a agenda se abre, invertendo
a lenda e trazendo o papel
para o colóquio que se estende
em carta transfigurada em venda,
de venda à venda,
o lampião perdendo o brilho na tenda,
chega a revenda e seu colóquio.
Prebenda pela vasta mesa,
lampião e lenda dentro da própria venda,
o hemisfério reluz,
não se controla o conflito numa agenda.
FERNANDO MEDEIROS
Campinas, é inverno de 2007.