i n f e r u s

Absolutização do nada, duro sabor amargo da solidão.

Espaço sempre vazio que distancia a realidade do desejo nato do concretizar.

Realizar no Novo ou no Velho... tudo é geena. Distância entre dois mundos.

Chegada ao Infernus, assim o declaram... ‘real’.

Abismo profundo entre dois seres, duas vidas que se

Compactuam com o hoje; mas que o futuro os mantem

Longínquo demais para alcançá-los.

Fogo que aquece sentimentos desoladores, como:

Tristeza

Angústia

Medo.

Já não somos mais dois, apenas um, que de um lado

Regozija e do outro padece.

Calor que não aquece... brasas que extinguem as chances

De reviver o sagrado.

Linha tênue que dissipa até a possibilidade do querer... ajudar.

Seol, Ge Himon, Hades, Hennon... inferno...

Tudo é fuego que consome a chance de ser feliz, de se encontrar

Com a dignidade real de cada ser que se esforça para ser humano.

É a marca registrada da criatura falida e da ausência do Criador

Que luta para não perder a criatura amada.

Sofreguidão! É a estrada do retorno ao que se era antes. Nem se quer

Uma gotícula pode ser dispensada a tal ser.

A sede o consome como uma terra sedenta e sem á g u a...

Pura brutalidade de uma parte, compromisso da outra.

Ser o que é, para não lutar em vão contra a inferioridade que

Destrói o tudo e o todo que preenche aquela pessoa.

Pietà... a vida o conduziu assim: para o pecado de ter sido gerado,

Cremado no velho útero.

Melhor seria se não tivessem feito sexo, assim não careceria optar

Pelo aborto.

O sagrado se distanciou e tornou-se impossível alcançá-lo, restando

Apenas o desejo de uma nova chance.

Tudo, o todo lhe foi negado, execrado

Da lista dos vivos.

Eis o mundo dos mortos: nada de paraíso.

É hora de recorrer-se aos que ainda vivem.

Eugênio

13/08/2016

Eugênio Costa Mimoso
Enviado por Eugênio Costa Mimoso em 13/08/2016
Código do texto: T5727558
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