Prece anônima à um Deus desconhecido

Meu Deus

Deus Meu

Me dê o sossêgo

Tão almejado.

Acaricie o meu peito

Já todo estraçalhado.

Me leve ao seu leito

Me mostre o mundo tão vasto.

Faremos um passeio, Você e eu,

Eu nos seus braços.

Desse desespero

Eu, Deus que desconheço,

já estou farto.

Não retenho mais as lagrimas

Que saem do seu leito

Lagrimas de um mar vasto.

De tanto dor já estou cheio

De olhar o mundo com olhos fatigados

De sorrir ao avesso,

De curvar com o peso do fardo.

Não Deus meu,não sei se aguento

Mais um quarto do que já me foi dado.

Não sei se sustento o meu passo

Nesse infindavél absurdo de vida.

Não consigo ó Deus meu

Me faze-la querida.

Abandonar os emplastros, as muletas

A ferro e fogo forjar a firmeza

Ir a diante, até o fim da minha vida.

Não sei se consigo meu Deus

Suportar esse labirinto.

Para isso seria-me preciso um mapa

Com trilhas rodovias e estradas,

Catalogadas ao infinito,

guia na noite, mito orientador nas tormentas

O invento mais ultil,ultima tentativa do homem,

De se recuperar da primeira e profunda Queda.

daniel rodrigues
Enviado por daniel rodrigues em 06/10/2005
Código do texto: T57316