OCEANOGRAFIA ISTO

Isto é OCEANOGRAFIA, poema

escrito em fina camada de areia

sobre memórias, recorte, invenções

são objetos espalhados na unidade invisível

onde o último silêncio pode ser ouvido.

Isto são flores, insetos, água de rio

em ponta de lápis escorre folha de papel.

Isto é onde espinho é pétala sempre viva,

é encontro de mais um par de asas.

Para celebrar a vida, ISTO

: viver no sonho ou dormir para acordar.

Reinventar a vida é tornar possível e acreditar

é administrar influências, saber que nada é novo

é permitir fartar-se de ausência e construir o depois

é saber da vastidão e intuir o caminho: tudo é mar

é solidão, desde o ventre até o último céu.

De mãos dadas e sempre sozinho

invento o isto de uma canoa de papel

adivinho dos barcos o caminho

para navegar preciso oceanografia

e "escrevo à beira d'água"

à beira d'água, à beira d'água no caminho líquido

insisto, inscrevo o meu caminho nisto.

Baltazar

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 20/08/2016
Código do texto: T5734127
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