A VISÃO DA CEGUEIRA.
Desculpem-me se não lhes vejo,
Esse não é meu desejo,
É que me está faltando visão,
Importante é a percepção,
Da alma distante que ensejo,
Aconchegou-se em lugarejo,
Próximo ao aluvião.
Lá se encontram flores,
Onde se ofertam amores,
Cidade de imensa alegria,
A renovação é perfeita,
Sonhos delirantes, afeita,
À amplitude da energia.
E eu, imerso na saudade,
Dos tempos da puberdade,
Época de imenso prazer,
Hoje, visão no descaminho,
Mas, apurado como vinho,
Sigo cego por viver.
Por' O Cara de Lua.