Revelação

Quando se descobre, é sombrio o que se vê.

Percebe-se a cadência à desgraça,

a luz que é rechaçada

pelo simples fato de ser.

Quando se descobre, é sombrio o que se vê.

Enxerga-se a linha imaginária

que leva à porta do nada,

e lá nos empurra pra dentro.

Quando se descobre, é sombrio o que se vê.

Revela-se o vento gelado e cativo

que traz o frio do abismo;

vertigem da montanha da morte.

Nota-se o infecundo desejo,

a morte que nos dá um gracejo;

nos convida à sua casa.

Constata-se a pele que apodrece,

que ao tempo venera e só a ele obedece,

tornando-nos rotos e sujos.

Concebe-se o único caminho possível,

a realidade, até então inconcebível,

de existir só pra depois não ser.

Eduardo G Silva
Enviado por Eduardo G Silva em 23/08/2016
Código do texto: T5738003
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