Aparências de ser

Essas folhas que caem do precipício são tudo menos flores

Esses dissabores que se baseiam na sucção são quaisquer coisas menos amores

Essa indolência de sorriso avesso ao tédio

Essa forma mesma repetida mil vezes, contínua e nova

A esperança mesma se renova e se baseia em qual conto

Em qual canto deixaste seu brinquedo mágico

Seu tapete que voava sem comando

Sua ilustre visita repentina

Aparecida de surpresa

Entreaberto cotidiano

As regras de brincar que se criava

Não era essa seriedade tão opaca

E sem mistério

Sem deslumbramentos

Que desafiam a existência

Outro lado da face

O aneurisma

O record do medalhista

A turbulência apaziguada

Oxigênio do escafandrista

Sala superlotada do dentista

O analista esqueceu o nome

Chamou de qualquer coisa

Carência do ser artista

Vinicius Santana
Enviado por Vinicius Santana em 24/08/2016
Código do texto: T5738953
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