VERSOS e VENTOS...

Vai meu coração padecido... Vai repousar um pouco ali naquele barquinho a vela... Descansa aí meu querido... Eu sei que é muito sentimento bom e ruim ao mesmo tempo... Mas não para de bater não meu coração já tão conformado... Segue seu rumo... Vai bombeando sangue aí para os meus órgãos e pro resto do meu corpo todo... Daqui a pouco a gente sai do sufoco... Quem sabe eu ganho um trocado no jogo... São tamanhos problemas... São tantos segredos... Daí é que sai os meus versos... Só não podemos naufragar nas nossas próprias rimas... E que os ventos não parem... E que as velas não rasguem para que a gente possa chegar ao cais... Mas antes vamos na calmaria... Vamos guardando as nossas vidas ali naquela pequena ilha... Esperando o tempo melhorar... Esperando a tempestade passar... Mas se não terminar remamos mesmo contra a maré... Vamos coração... Vamos juntos ultrapassar esse mar de solidão... Vamos seguir com fé e sem medo... Nas mãos... A corda do veleiro... E entre os dedos... Um terço de Nossa Senhora do Desterro...

Paulo Poba
Enviado por Paulo Poba em 25/08/2016
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