vulto

o vapor dos deuses

sangra o corpo do

tempo, esquarteja

seu braço pedinte,

cospe em suas pernas,

o vapor dos deuses

cruza como um raio

essa agonia que sulforiza

o coração, rasga, come,

escomunga a viga que

engana o crasso que

invande, cinicamente

cospe no prato dos

visitantes, o vapor dos

deuses se dentra onde

não tem dentro, circula

o que não é circular, dança

no que não dança, não

tem compromisso com

a forma, nem mesmo com

a reforma, lançam bolas

de fogo sobre o tédio das ruas, fogo, granadas

de luz, pedras de brasa, armando

o mundo das coisas que acendem

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 28/08/2016
Reeditado em 28/08/2016
Código do texto: T5742181
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