O Necessário
O engraçado da morte lírica
É o machucado, tão entreaberto
Com rubro líquido não tão furtivo
Enquanto em letras, o eu incerto
E do meu caminho já não me sirvo
O suportável do mundo onírico
É o cansaço, tão intravenoso
Com seco bocejo não tão íntimo
Enquanto em letras, o eu choroso
E meu compasso já não tem ritmo
O necessário do viver ígneo
É o coração, tão exotérmico
Com livre acaso tão bonito
Enquanto em letras, o eu elétrico
E meu suspiro já tão infinito