O Porre

O telhado...

Esta rachada...

E uma gota...

Pinga no chão...

Pinga no copo...

Pinga no coração...

Tentando ouvir uma música...

As estações estão fora do ar...

O ar está frio, congela um arrepio...

Quero que o ser veja...

No copo sobre a mesa...

Um copo de cerveja...

E nada do frio passar...

O escuro toma sua posição...

O botão esta longe...

Acender o que esta apagada...

Vem botão...!

Vem botão...!

Mas o botão não vem...!

A rosa esta com os botões...

Os botões estão nas mãos dos homens...

Um aperto e tudo vai acender...

Todos vão compadecer...

Quando o botão vencer...

Os sapatos embaixo da mesa...

Amarrados eles estão...

Num laço, e num nó...

Desamarrar, estar livre...

Para andar com os próprios pés...

No chão, é como estar com os arreios nas mãos...

E seguir para outro lugar...

A cadeira não está macia...

O encosto esta solto...

Cair de costas no chão...

Os braços não deixam...

Eles se golpeiam...

Na própria salvação...

O peso do corpo...

O peso do encosto...

O peso do pensamento bate no chão...

E o que esta certa...

Esta na orelha, e consentir...

Mas a vontade esta no coração...

Guardado, pois negar á si...

É a melhor solução...

Para que o tombo...

Seja só para si...

E o medo de errar...

E deixar...

Eu vinha...

Eu vinho...

Eu bebo...

E desapareço...

Eu quero...

Mas não tento...

A fuga é...

A presença desce...

E o vinho sobe...

Se erguer num esforço...

Os braços estão fracos...

A semente está sobre o chão...

E a certeza de que nada vai crescer...

Cambaleando e quase caindo...

Deitar o corpo é preciso...

Numa cama...

Porque o chão é conhecido...

Deitado...

O espirito gira...

O pensamento para...

E o sono vem...

Os olhos se fecham...

E. as palavras também...........

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 04/09/2016
Código do texto: T5749773
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