Autoquíria
Abracei a loucura,
Nua e crua, talvez a minha cura.
Com ela, de mãos dadas,
Aprecio o abismo; sinto, da profundeza, as lufadas.
Mas, daqui é muito alto.
"Tenho medo de altura", falho.
Ela me olha com candura, me empurra.
Desço de volta ao abismo, de onde ela sussurra:
"Sobe outra vez às alturas,
Continua a eterna procura".
Obedeço, escalo, me arrojo contra os muros;
Rogo a ela que não solte minha mão, caio, me afogo.