Tempos medonhos

A palavra voltou como lâmina,

Da mulher medonha, da mulher efêmera,

Daquela que transbordou a mágoa,

A que não tem respeito ao verso.

Portanto, mulheres, homens,

Eu não queria enxergar aquilo,

Por Deus, eu não queria ver

O horror de uma criatura forçando o esfíncter,

Desrespeitando o sol, meus olhos, a civilização,

Para defecar no rosto de um povo humilhado!

E não era Eurípedes, e não era em Tebas,

E não era Esfinge imaginando enigmas.

Não era ópera, homens, nem teatro, mulheres,

E não era Hegesias, e nem era a filosofia,

Induzindo discípulos, a se atirarem dentro de um vulcão

Em escárnio à vida!

E não era guerra, uma aldeia incendiada,

Corpos enforcados, cabeças decepadas,

Era pior: Coisa nunca imaginada!

Uma mulher, descontraindo o esfíncter para defecar

Na alma ferida de um povo!

Mulheres, por Deus, mulheres!

Não era um parto, uma emergência, uma cria.

Mulheres, "aquilo" era outra mulher ejetando um monstro?

Aquilo era o estertor nauseabundo de um período,

Sem Deus, sem homens, sem rumo!

Uma nave ocupada por ratos e coisas, e coisas e coisas,

De assustar o mundo!

Anos de vômitos e tédio!

E do pequeno orifício, homens, por Deus, mulheres!

E do pequeno orifício,

Expeliu todas as desgraças,

Todas as perplexidades,

A lepra espiritual de um povo!

Sob aplausos, defecou,

Todos os horrores de uma época!