Por dentro do espelho

Minha alma vocifera no vazio em que se encerra,

De angústia e lástima o eco e o alvoroço.

Queria esta solitária fugir dos grilhões da fera,

Este corpo, sombrio calabouço.

Minha alma os olhos fecha e o pensamento move

Para fundo antro onde outra alma encobre.

Ser suspenso e intocado ente

Modelando a dor que a outra sente.

Alma de outra alma que a angústia cria.

A dor se descortina em quebradas pontes.

De uma ponta à outra no nada aos montes

Nasce a vida em duvidosa via.

Tom Lazarus
Enviado por Tom Lazarus em 06/09/2016
Código do texto: T5752589
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