Por dentro do espelho
Minha alma vocifera no vazio em que se encerra,
De angústia e lástima o eco e o alvoroço.
Queria esta solitária fugir dos grilhões da fera,
Este corpo, sombrio calabouço.
Minha alma os olhos fecha e o pensamento move
Para fundo antro onde outra alma encobre.
Ser suspenso e intocado ente
Modelando a dor que a outra sente.
Alma de outra alma que a angústia cria.
A dor se descortina em quebradas pontes.
De uma ponta à outra no nada aos montes
Nasce a vida em duvidosa via.