Corações síncronos



Nas primeiras vezes, ao sentir teu coração virgem
Descompassar em busca de ritmo igual ao meu,
Que pulsava célere no gozo dos momentos etéreos
Vividos a teu lado, por certo abençoados por Deus,
Alçados mútuos ao infinito nessa infinda vertigem...

Das tantas vezes em que nos amamos, no distante
Passado ou no recente presente, senti, a cada vez,
A fusão de nossos gemidos monos em som estéreo
Reproduzidos, síncronos ao ver a lividez de tua tez,
Nos instantes em que a amada se fazia amante...

Por tantas vezes, senti teus seios arfarem em meu peito,
Na tepidez do encontro e fusão de nossas peles e suores,
De corpos ávidos, no encontro de côncavos e convexos,
Nestes lépidos momentos fugidios em que os amores
Se reencontram e se refugiam no abrigo de um leito.

Hoje distantes, rogo como se meu pedido derradeiro,
Que meu coração pare de pulsar, síncrono ao teu,
No instante em que te vás, já que não teria nexo
Viver sem ti, sem este amor que um dia foi tão meu
E que ora se esvai, por não mais ser verdadeiro...
LHMignone
Enviado por LHMignone em 12/09/2016
Reeditado em 12/09/2016
Código do texto: T5758530
Classificação de conteúdo: seguro