Garimpo

Garimpo as luzes, astros, nuvens, paisagens

E passo para o escriba que há dentro de mim

Com a missão de descrever todas as imagens

Com o mesmo cuidado de quem prepara jardim

Não há crivo de tecer rompantes sentimentos

Qual o épico intrínseco dos feitos Napoleônicos

Tampouco espero que haja tantos incrementos

Quantos havia nos suntuosos jardins babilônicos

Apenas anseio a presença de um céu bem curioso

Que avance e pouse seu azul a mim quase rente

Sem afugentar os pássaros de canto melodioso

Os mares rugientes, rios com sua calda corrente

Desta forma sei que sou eu quem faz a escrita

Nutrindo a vontade própria dos meros mortais

Para tanto, que minha alma não fique restrita

No deserto gélido, tredo e silente dos quintais

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 16/09/2016
Código do texto: T5762796
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