VULCÃO ADORMECIDO

Tu és um doce engano,

Molécula que jaz sem vida

Em túmulo fechado,

Janela sem vidraças,

Porta fechada em desengano,

Desalinho de dor atrevida.

És apenas um sonho desejado,

Mar revolto em minha vida,

Temporal violento de emoção,

Estilhaços de vidros pelo chão.

Tu és o meu total deslize

Como ventania no deserto,

Meu paraíso de sonhos

Sempre tão longe, nunca perto,

De passos que rumam

Pra lugar nenhum e incerto,

Pulsações aceleradas,

Olhos vibrantes de quase nada,

Ruas perdidas na estrada,

Que não tem ida nem volta,

Que sinaliza o fim.

Estrela cadente fugitiva

Que nunca consigo pra mim,

Vulcão que não entra em erupção,

Adormecido pelo próprio sossego,

Fugindo das labaredas por medo

De se entregar a essa paixão,

Raio de luz inalcançável

Trazes contigo o brilho do amor

Como um suspiro inabalável

Deixando-me a morte sem dor.

By Denise Nogueira em 22/07/2007

Despecial
Enviado por Despecial em 23/07/2007
Código do texto: T576291
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