A DOMINGOS MONTAGNER

Pobres galhos frágeis

Da pitangueira que não o alcançou.

Veste tua mortalha líquida,

Teu palco final de pedras submersas

E dorme, dorme em silêncio

No leito branco do mistério

E faz tua perfeita encenação

De morte dolorida e derradeira.

Lágrimas enchem o rio seco de tristeza

Choram os peixes, choram os peixes.

Não chores pelos peixes que ficam

Ruma-te ao eterno palco de estrelas,

Pois, que palhaçada ridícula lhe foi a vida

Sem originalidade copiou pessimamente a arte.