ÁRVORE, A ESQUECIDA

Esqueceram-se de seu dia,

No afã de muitas lembranças

Vagas, vis, pouco valiosas.

No meio de tantas lambanças,

Tristes, frias, vazias,

De nossa elite jocosa,

Da consciência tardia

Sobre a política odiosa,

Cuja falta de lideranças

Autênticas, laboriosas,

Torna a legislatura

Uma atividade sombria.

E mais crimes ou tragédias,

A cidade em polvorosa

Se aumenta a temperatura,

Pois junto com a frente fria,

Vem a chuva volumosa,

E desfaz a precária estrutura,

Que a corrupção construía.

Mas, no início eu dizia,

Que entre a vaga desastrosa

Da lide do dia a dia,

Paira a sombra da candura.

Força viva e laboriosa,

Entidade tão valiosa,

Que, sem ela a vida esvazia.

Quanto bem nos propicia!

Apesar de nossa horrorosa

E destrutiva postura,

Sua sombra ainda alivia,

Sua folha é milagrosa,

Sua fotossíntese cria

O ar. Essa joia gasosa,

Sem a qual, a humanidade não dura.

Só uma minoria avalia

O quanto ela é preciosa.

Ninguém a reverencia,

Enquanto a maioria judia

Da ÁRVORE, santa criatura.

E ontem foi o seu dia.

nuno andrada
Enviado por nuno andrada em 22/09/2016
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