SOU PEDAÇO DO "SEM FIM"...

Sou!

E o que sou, realmente?

Eu, tu, ele?

Pedacinhos de nós...?

Esculpidos por vós...

Ou dos distantes eles...?

Segredos (d)eles...

Sou o que sou presente

Eu! Um pronome reto

Não tenho todos os dentes

Pois, já arranquei os meu sisos

Sou portanto incompleto...

Por isso me sinto indeciso

Na boca e dentro da mente...

Sou o que sou temente

Pedaços de mim obscuros

Daquilo que não se pressente

Que ficam por trás de um muro...

Na expectativa olham e sentem

Dos impossíveis "eus" futuros...

Sou!

Sou o que sou, um ser instinto?

Venho de outrora da saudade

Do extinto vou para o que sinto

Da intuição à liberdade...

Sou!

Sou o que sou no transitório

Eu, tu e ele, nós em mim...

Eu sou de vós contraditório

Para eles, sou eu, um sanatório

Pronome "intransferível", sim!

Pessoal e reto com endereço

E sou imortal que tem começo...

Eu sou pedaço d'um Jardim:

Sem um início, e sem ter fim!

Autor: André Luiz Pinheiro

20/09/2016