Confusão Ideológica

Mulher que é mulher sabe o que quer,

Festeja, bebe, não tem de ter homem,

Mulher que é mulher sabe que mulher

Não se importa que outros discordem!

É só ser feliz, ser o que deseja,

Mulher não tem de ouvir sociedade,

Se ela quiser, toma vinho e breja,

Isso é dizer SIM à equidade!

Não é ser PUTA viver como quer!

Não é ser PUTA ser uma mulher!

Homem que é homem conhece a regra:

Deve procurar viver na decência.

Ele namora, ele nunca “pega”,

E nunca apoia a violência.

Homem que é homem sabe proteger,

Sabe de romance, entrega flores,

Ele não quer transar, ele quer ver

Sua mulher entre os vencedores.

Homem que é homem sabe que vitória

É ter uma vida não ilusória.

Mulher que é mulher deve tomar conta

De seu parceiro se ela o ama,

Dar carinho, defender sua honra,

Ser parceira dentro e fora da cama.

Mulher que é mulher não busca dinheiro

Que não vem do seu próprio trabalho,

Mulher que é mulher sabe que parceiro

Não é um cheque para ser usado.

E sabe que manter fidelidade

É a sua maior finalidade.

Homem que é homem tem de ter mulher,

Não deixa passar oportunidade!

Ele busca sexo quando quer,

Não tem compromisso com a verdade!

Um homem nunca deve ficar preso,

Sua natureza é pegar todas,

Dispensar a gata é sempre erro,

E as melhores são as sem vergonhas!

Homem de verdade tem atitude,

Descompromisso é uma virtude.

Mulher que é mulher... Que é ser mulher?

E homem que é homem... Que é ser homem?

Céu ou inferno, o que você quer?

Regras que são regras, quais nunca somem?

A essa altura, nem sei quem sou,

Não posso sentir ódio nem amor,

Proibiram tanto... O que sobrou?

Tornou-se crime até sentir dor.

Ninguém pode ser o que deve ser,

Para ordenar todos vão morrer.

Tomei meu partido, minha espada,

Vou matar quem estiver no caminho.

Sou ser humano e não valho nada,

Pior me trair que ficar sozinho!

Mas me ajoelho... o que me resta?

Se eu odeio meu próprio vizinho...

Fiz de minha crença a minha regra,

Mas todo esse sangue me fez indigno.

Agora, em colapso, vim ao chão,

Não conheço mais minha própria mão.

8/10/2016

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 08/10/2016
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