Poema ruim III

Morre-se, de doenças adquiridas e inventadas;

Morre-se, de desespero, encaixotado em concreto;

Morre-se, por achar insosso o sabor da vida;

Vive-se, para ver morrer aos que se ama;

Vive-se, a iludir a vida dizendo-lhe eterna;

Vive-se, a desviar da morte em sua paciente espera;

Mata-se, o tempo, as horas, as lembranças;

Mata-se, a esperança e seu vício em perseverar;

Mata-se, a terra e seu fruto antes mesmo de madurar;

Revive-se, em mais um dia de poesia;

Revive-se, num pequeno encontro com pessoas queridas, numa tarde fria;

Revive-se, num verso tosco que a imaginação cria.

Luiz Eduardo Ferreira
Enviado por Luiz Eduardo Ferreira em 12/10/2016
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