Fada sem asas

dois dias e noites de chuva

descoloraram meu manto vermelho

sem sol a me guiar

sou pranto, pesar

torrente de lágrimas

entre ladeiras escuras

a te buscar

onde estás, meu sol, que te procuro?

vem cá brilhar em meu rubro véu

que já caem meus cabelos

levados pelo vento

que sopra junto a tempestades de intento

de tão longe te ver seguir

sem mim

o eco que fica em meu corpo-metade

faz-me pequena, frágil

desesperada, busco refúgio na madrugada

de meus sonhos de inteira fada realizada

donde a manhã faz-me perder as asas

de forma precipitada

ao acordar e ver a realidade

do vazio da minha fria cama

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 25/07/2007
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