bem ela sabe

mal ela

sabe que a imaginação

é tão real

quanto a verdade,

que noutra noite

fodi sua boceta com toda

vontade, ela não fugia

nem fingia, dava, se abria

como aquele mar vermelho

e eu atravessava com uma cajado

viril, e eu a montava em coro vivo

sem proteção ou sela e que conforme eu andava

suas pompilas dilatavam, suas unhas

me cravavam, gemidos, grunidos, abafamento

água viva aquecida

não via a santa, a madre, a covardia

somente um bosque de coragem, o densa

saliência se fazendo indecência, sino luzido

subindo a ladeira, doce, um doce, uma faca

um corte, um horizonte negro, o desejo esfacelando

as paredes, mal ela sabe, bem ela sabe...

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 14/10/2016
Código do texto: T5791555
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